Coisas que aprendemos com o filme 500 dias com Ela



Eu, assim como provavelmente a maioria das pessoas, quando assisti 500 dias com Ela (500 days of Summer) fiquei com raiva da Summer, personagem de Zooey Deschanel, que destruiu o coração de Tom, vivido por Joseph Gordon-Levitt, que a amava profundamente e se ferrou por isso.

A gente pensa que ela foi egoísta, que só pensava nela e não pensou nos sentimentos de Tom. Talvez por estarmos acostumados e ver os casais sendo "felizes para sempre" o que não acontece em muito relacionamento ou, me arrisco a dizer, na maioria, e quando essa expectativa, ou rotina de ficarem juntos no final, se quebra de forma não convencional (tipo filmes do Nicholas Sparks, que alguém sempre morre) tendemos a não aceitar ou ter o mínimo de dificuldade de fazê-lo.

Mas quando vemos esse filme com os "olhos da realidade nua e crua" (e depois de ler esse texto do Judão) vemos que a Summer não foi uma "ordinária", ela simplesmente foi sincera e exerceu o seu direito de seguir a sua vida.


Só porque Tom (e nós) criamos um hype enorme sobre eles, porque ele, e somente ELE, estava totalmente apaixonado, não quer dizer que ela é obrigada a gostar dele de volta, a vida nem sempre é assim. Até vemos constantemente na internet o termo/meme do "crush" não correspondido, justamente porque quase sempre nós não somos correspondidos.

Summer só foi sincera quando não quis ir adiante com um relacionamento onde ela não queria mais estar, onde ela não correspondia o romantismo de Tom. Talvez ela tenha feito isso de maneira um pouco rude e sem sentimentos? Talvez, sim, porém ela é o tempo todo assim com tudo, e não seria diferente com ele porque ele não despertou nada de diferente nela.

Tom, por outro lado, vemos que é um romântico em excesso. E quando a conhece, até por terem vários gostos em comum, ele se apaixona perdidamente por ela, certo de que ela é a mulher da sua vida, enquanto Summer, que nunca foi de se apegar a alguém, gosta dele mas não passa disso.

Em nenhum momento ela mente pra ele, ela sempre disse que era desse jeito, de não se apegar ou não se apaixonar profundamente, porém ele tinha essa expectativa, aquela velha expectativa "comigo será diferente" mas nunca foi assim pra ela. Ela só queria curtir o momento, se pegar um pouco, como existe muita gente assim por aí, e só. E por ele "tudo bem".

Então, quando ela o deixa, ela estava sendo sincera, ela não se via mais ali, ela não estava feliz e não queria iludi-lo ou machucá-lo ainda mais, então ela se foi. E depois, o que foi uma surpresa até pra ela, ela acaba se apaixonando por alguém e eles vão ficar juntos, simplesmente acontece e não foi com o Tom, o que realmente acontece.

Aprendemos nesse filme que a vida não é uma história perfeita de filme. Assim como é retratado em 500 dias com ela, nem sempre você vai ser correspondido ou vai poder corresponder e você não é uma pessoa ruim por isso. Ninguém precisa se sentir obrigado a corresponder as expectativas de alguém ou alguma coisa.

O importante é ser sincero com você mesmo que com a outra pessoa e seguir em frente que a vida continua, assim como a dele também seguiu.

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