A zona de conforto da (auto)depreciação e pena

Por mais que a gente diga que odeia se sentir menosprezado, pra baixo, ignorado ou rejeitado, é onde a gente geralmente tem a nossa zona de conforto. E quando eu digo "nós" digo EU, mas conheço mais pessoas assim e sei que tem outras no mundo.


Sempre soube exatamente como perder...


Como diz uma música meio antiga já do Jay Vaquer, que eu gosto muito (e já escrevi sobre): "sempre soube exatamente como perder". Essa é a minha zona de conforto. É como se "tudo bem, nada que eu já não estivesse esperando". É onde eu sei viver.

Parece drama?


Talvez pra você pareça. Mas eu facilmente lembro muito mais de coisas ruins que alguém me disse ou aconteceu, ou algo bom que alguém poderia ter dito e não o fez, do que o contrário.

Pra tentar erguer alguém, as vezes dizer 10 coisas boas não são o suficiente, mas basta dizer meia coisa ruim que você consegue derrubar alguém com uma facilidade impressionante.

O ser humano, em sua grande maioria, tem uma tendência autodepreciativa.

É como diz a minha terapeuta, isso reforça uma crença que eu já tenho sobre mim. 

Eu nem me sinto confortável com elogios, mas sei me comportar quando recebo críticas, não vou dizer que gosto, mas eu sei como reagir a isso. É como se reforçasse a minha crença de "eu sabia que não conseguiria" ou "eu sabia que não tenho valor nenhum".

Eu me afundo tanto no meu quartinho depreciativo que eu precisei buscar ajuda, pois minhas crenças sobre mim estavam atingindo os meus relacionamentos ao redor e enquanto eu fico sozinha nesse esconderijo, tudo bem, não tem problema, eu estou acostumada, mas quando começa a afetar pessoas que eu amo, eu percebi que precisava mudar isso.

Não sei se vou conseguir mudar totalmente essa crença sobre mim, acho que isso não acontece 100% para ninguém, mas quando eu entrar nessa zona de depreciação, se eu conseguir ficar sozinha ali e por um tempo menor, já vai valer a pena.

Pra mim não tem problema termos esse recuo, esse esconderijo, porque ninguém sabe como a gente se sente, só precisamos ter forças pra não ficar lá por muito tempo, a ponto de ir definhando aos poucos e não conseguir sair mais. E se necessário, pedir ajuda pra isso, como eu fiz.

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